Gaby Teles

Gaby Teles
" Eu queria que você fosse um estranho de quem eu pudesse me desligar"

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Transistor de sete átomos avança rumo ao computador quântico

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/05/2010





















Imagem do nanotransístor, mostrando um "orifício" central, onde estão alinhados grupos de sete átomos de fósforo. As duas barras diagonais, da esquerda para a direita, são os eletrodos que fazem a conexão ao ponto quântico.[Imagem: Unsw]



Transístor atômico

Cientistas australianos deram um verdadeiro mergulho na corrida pelo encolhimento dos transistores, os blocos básicos com que são feitos os computadores.
Eles construíram um transístor com as menores dimensões já alcançadas para esse tipo de construção, alcançando meros 4 nanômetros de comprimento.
A maior parte da indústria trabalha hoje na faixa dos 45 nanômetros, com alguns poucos chips sendo feitos na faixa dos 32 nanômetros. A grande meta atual é alcançar os 25 nanômetros.

Nanotransístor de silício

Embora já tenham sido demonstrados transistores verdadeiramente moleculares, transistores ópticos baseados em moléculas e até mesmo um transístor atômico, o nanotransístor agora criado foi feito de silício, o mesmo material hoje utilizado pela indústria de semicondutores.
O componente foi construído alinhando os átomos de fósforo, um por um, sobre um cristal único de silício.
O nanotransístor tem apenas 7 átomos de comprimento. Para comparação, um transístor de "último tipo", construído com a tecnologia de 25 nanômetros, tem cerca de 42 átomos de comprimento.
Isto coloca o nanotransístor na categoria dos pontos quânticos, elementos de grande interesse principalmente na área da computação quântica.
O componente pode ser usado para regular e controlar o fluxo de corrente elétrica exatamente como um transístor tradicional de silício, representando um passo importante rumo à miniaturização em escala atômica, quando os componentes serão feitos átomo por átomo, ou "de baixo para cima".

Só em laboratório

Mas exatamente o que representa sua grande vantagem - uma miniaturização com potencial para criar processadores super rápidos - é também sua fraqueza - pelo menos por enquanto e tendo-se em vista a aplicação na fabricação dos processadores normais.
É que o nanotransístor foi construído movendo os átomos de fósforo um por um, utilizando um microscópio de tunelamento - uma abordagem que não pode ser levada para o ambiente industrial por ser lenta demais.

Computador definitivo

Por outro lado, tendo-se em vista sua aplicação na computação quântica, o nanotransístor representa um passo importante para a fabricação desses computadores futuristas em estado sólido, usando o silício em vez dos átomos artificiais super frios.
"A significância desse resultado é que nós não estamos simplesmente movendo átomos para lá e para cá e olhando-os pelo microscópio," diz a Dra. Michelle Simmons, coordenadora da pesquisa. "Nós estamos manipulando átomos individuais e colocando-os com precisão atômica, construindo um componente eletrônico funcional."
"Esta é uma conquista tecnológica imensa, e é um passo crítico para demonstrar que é possível construir o 'computador definitivo' - um computador quântico de silício," diz Simmons.

Cientistas fazem foto 3D da camada de valência de uma molécula

Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/05/2010





















Nuvem de valência

Como todo estudante do ensino médio sabe, a química entre os átomos e as moléculas é fortemente determinada pela sua camada externa de elétrons, a chamada camada de valência.
O que poucos deles sabem é que as camadas dos elétrons são melhor representadas por nuvens de elétrons, e não por elétrons-partículas, como mostrado no conhecido modelo de Bohr, no qual um átomo é desenhado como se fosse um sistema solar, com os elétrons girando em órbitas bem definidas ao redor do núcleo.

Imagem 3D da camada de valência

Agora, uma equipe de cientistas japoneses desenvolveu uma técnica que é capaz de detectar a forma tridimensional e a dinâmica de uma nuvem de elétrons - mais especificamente, da camada de valência de uma molécula.
"A forma de uma nuvem de elétrons está no cerne das interações intermoleculares que levam a todas as maravilhas da química," comenta Toshinori Suzuki, do Instituto Riken, que liderou a equipe que reuniu cientistas de três instituições do Japão.
Medir a dinâmica de uma nuvem de elétrons é difícil porque as moléculas nos gases e nos líquidos sempre se movimentam aleatoriamente, o que torna difícil tirar uma foto instantânea do movimento médio de um grande número de moléculas.
Entretanto, a excitação do óxido nítrico (NO) por um feixe de laser polarizado consegue alinhar as moléculas ao longo de um eixo, permitindo a medição precisa de sua nuvem eletrônica externa, justamente a mais interessante para os químicos.



Nuvem de elétrons

Para detectar a forma da nuvem eletrônica externa de uma molécula de NO, alinhadas pelo primeiro pulso de laser, Suzuki e seus colegas liberaram os elétrons da última camada usando um segundo pulso de laser.
Eles então aplicaram um campo elétrico para acelerar e projetar a nuvem de elétrons que se expandia em uma tela fluorescente, onde ela pode ser visualizada como uma representação direta da distribuição eletrônica original.
Os pesquisadores então usaram algoritmos de computador, semelhantes aos utilizados na tomografia computadorizada, para construir uma imagem tridimensional da nuvem de elétrons a partir da representação bidimensional criada na tela fluorescente.

Eliminando os borramentos

Segundo Suzuki, princípios fundamentais da mecânica quântica limitam o grau em que as moléculas podem ser alinhadas pelo pulso de laser. Isto significa que a imagem tridimensional resultante é sempre um tanto borrada. Remover esta indefinição na imagem final foi, segundo ele, a parte mais difícil do processo.
Para gerar uma imagem ainda mais precisa, os cientistas analisaram como a imagem tridimensional muda quando as moléculas saem do alinhamento. Ao corrigir estes efeitos de desalinhamento eles conseguiram melhorar ainda mais a nitidez da imagem.

Danos ao DNA

O algoritmo desenvolvido pela equipe é capaz de visualizar a nuvem eletrônica externa de uma molécula em repouso, mas o desafio agora é mapear as rápidas mudanças que ocorrem durante as reações químicas.
"A molécula de NO foi apenas um teste," explica Suzuki. "Nosso alvo principal são as moléculas mais complexas e suas reações químicas em resposta à incidência de luz de cores diferentes."
A visão de futuro dos pesquisadores é utilizar a técnica para estudar o mecanismo de danos ao DNA induzidos pela radiação, a partir de observações em tempo real dos movimentos dos elétrons em suas moléculas constituintes.



Sol vai mergulhar em nuvem interestelar super quente

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/05/2010
















Atualmente o Sol, e todo o Sistema Solar, está viajando através de uma nuvem de gás interestelar - a Nuvem Interestelar Local - medindo cerca de 10 anos-luz de diâmetro, com uma temperatura entre 6.000 e 7.000 Kelvin. Esta nuvem está contida dentro de uma Bolha Local, muito maior, com uma temperatura na faixa dos milhões de graus.[Imagem: SRC/Tentaris,ACh/Maciej Frolow]

No final de 2009, a sonda espacial IBEX, da NASA, descobriu que a fronteira do Sistema Solar possui uma faixa brilhante e misteriosa.
Agora um grupo de cientistas da Polônia e dos Estados Unidos sugere que a "Faixa", resultado da emissão de átomos energéticos neutros, é um sinal de que o Sistema Solar está prestes a entrar em uma nuvem de gás interestelar com temperaturas que podem atingir a casa dos milhões de graus de temperatura.

Nuvens interestelares

Segundo os pesquisadores, a Faixa mostrada no mapeamento da sonda IBEX pode ser explicada por um efeito geométrico gerado conforme o Sol se aproxima da fronteira entre a Nuvem Local de gás interestelar e uma outra nuvem de gás muito quente, a chamada Bolha Local.
Se esta hipótese estiver correta, a IBEX estaria captando a matéria de uma nuvem interestelar muito quente, na qual o Sol poderá entrar daqui a cerca de 100 anos.
Desde a descoberta da "Faixa", apontada pela NASA como um dos achados mais importantes na exploração espacial feita em 2009, pelo menos seis hipóteses foram propostas para explicar o fenômeno, todas elas propondo uma relação da Faixa com os processos em curso na heliosfera ou nas suas vizinhanças.
Mas a equipe do professor Stan Grzedzielski, da Academia Polonesa de Ciências, propõe uma origem bem mais distante.
"Nós vemos a Faixa porque o Sol está se aproximando de uma fronteira entre a nossa Nuvem Local de gás interestelar e uma outra nuvem de gás muito quente e turbulenta," diz Grzedzielski.

Átomos neutros energéticos

Os átomos neutros energéticos (ENA: Energetic Neutral Atoms), registrados pelos sensores da IBEX, originam-se de íons (prótons) sendo acelerados da Bolha Local, que é extremamente quente, quando eles trocam carga com os átomos relativamente frios "evaporando-se" da Nuvem Interestelar Local.
Os recém-criados ENAs não têm carga elétrica e, portanto, podem viajar livremente em linha reta a partir do seu local de nascimento, sem sofrer alterações induzidas pelos campos magnéticos presentes.
Segundo os pesquisadores, alguns deles podem atingir a órbita da Terra, quando então foram detectados pela sonda IBEX.

Bolha quente e turbulenta

A Bolha Local é provavelmente um remanescente de uma série de explosões de supernovas que ocorreram alguns milhões de anos atrás e, portanto, não só é muito quente (pelo menos alguns milhões de graus), mas também turbulenta.
Com isto, os prótons na Bolha Local, que estão próximos à fronteira com a Nuvem Local, arrancam elétrons dos átomos neutros e zarpam em todas as direções, alguns deles chegando à IBEX.
"Se nossa hipótese estiver correta, então nós estamos capturando átomos que se originaram de uma nuvem interestelar que é diferente da nossa," maravilha-se o Dr. Maciej Bzowski, chefe da equipe polonesa da IBEX.

Efeito geométrico

Mas se esses átomos neutros estão sendo criados ao longo de toda a fronteira entre a Nuvem Local e a Bolha Local, por que enxergamos uma Faixa?
"É um efeito puramente geométrico, que observamos porque o Sol está atualmente no lugar exato, a cerca de mil unidades astronômicas da fronteira entre as nuvens," propõe Grzedzielski.
"Se a fronteira entre as nuvens for plana, ou melhor, ligeiramente inclinada em direção ao Sol, então ela aparece mais fina em direção ao centro da Faixa e mais grossa nas laterais, exatamente onde vemos a borda da Faixa. Se estivéssemos mais longe da fronteira, não veríamos nenhuma faixa, porque todos os ENAs seriam reionizados e se dispersariam no gás da Nuvem Local," explica o cientista.

Mergulho interestelar

Isto significaria que o Sistema Solar poderá entrar na nuvem de milhões de graus - a Bolha Local - já no próximo século.
Mas, segundo os pesquisadores, não há razões para preocupações.
"Não há nada de incomum, o Sol frequentemente atravessa várias nuvens de gás interestelar durante sua viagem galáctica," afirma Grzedzielski.
Essas nuvens têm densidade muito baixa, muito menor do que o melhor vácuo obtido nos laboratórios da Terra.
Uma vez lá dentro, a heliosfera se adaptará, podendo encolher um pouco. O nível de radiação cósmica entrando na magnetosfera também poderá subir um pouco, mas nada mais.
"Talvez as gerações futuras tenham também que aprender formas melhores de proteger seus equipamentos contra uma radiação espacial mais forte," conclui Grzedzielski.






terça-feira, 18 de maio de 2010

Ciência do século 21 exige realidade virtual e inteligência artificial

Por: Fabio Reynol - Agência Fapesp - 14/05/2010
 Site Inovação Tecnológica














"É preciso admitir que a maior parte dos dados levantados hoje pela ciência jamais será vista por olhos humanos. É simplesmente impossível," diz o pesquisador. [Imagem: NASA/James Blair]


lboratórios virtuais

Um matemático resolve equações mergulhado em uma piscina virtual de números e gráficos, na qual ele pode andar e observar os resultados que são construídos à sua volta.
Um químico testa novas interações moleculares movendo manualmente átomos do tamanho de bolas de tênis, que ficam ao seu redor e reproduzem em três dimensões as substâncias formadas.
Esses exemplos futuristas são a solução imaginada por George Djorgovski, professor de astronomia do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), dos Estados Unidos, para que pesquisadores consigam lidar com os dados cada vez mais complexos que a ciência vem produzindo em quantidade gigantesca.



Limite da capacidade human

Durante o Faculty Summit 2010 América Latina, evento promovido pela FAPESP e pela Microsoft Research, que se encerra hoje (14/05), Djorgovski explicou que a quantidade e a complexidade dos dados científicos ultrapassou os limites da capacidade humana para entendê-los e até mesmo para observá-los.
"É preciso admitir que a maior parte dos dados levantados hoje pela ciência jamais serão vistos por olhos humanos. É simplesmente impossível," disse Djorgovski.
O pesquisador usou como exemplos trabalhos de sua própria área de atuação, a astronomia. Telescópios monitorados por sistemas automáticos registram diariamente enormes quantidades de dados que não poderiam ser totalmente analisados nem se toda a população da Terra fosse formada por astrônomos, de acordo com Djorgovski.



Revolução da informação

O mesmo acontece com outras áreas da ciência que trabalham com grandes quantidades de informações, como é o caso dos estudos sobre a biodiversidade e a climatologia. Além de enorme, esse banco de dados está dobrando de tamanho a cada ano e meio.
"A tecnologia da informação é uma enorme revolução que ainda está em andamento. Ela é muito maior que a Revolução Industrial e só é comparável à imprensa de Gutemberg. Essa revolução tem mudado até os paradigmas científicos vigentes", declarou o pesquisador.



Armas de instrução de massa

le explica que as ferramentas, os dados e até os métodos utilizados pela ciência migraram para o mundo virtual e agora só podem ser trabalhados nele.
"Com isso, a web tem potencial para transformar todos os níveis da educação. É uma verdadeira arma de instrução em massa", ressaltou fazendo um trocadilho com o termo militar.
"Ferramentas de pesquisa de última geração podem ser utilizadas por qualquer pessoa do mundo com acesso banda larga à internet", afirmou Djorgovski. Como exemplo, o pesquisador falou que países que não possuem telescópios de grande porte podem analisar e ainda fazer descobertas com imagens feitas pelos melhores e mais potentes equipamentos disponíveis no mundo.



Em busca de sentid

No entanto, trabalhar a educação também envolve o processamento de grande quantidade de informações. Essa montanha de dados a ser explorada levou o pesquisador a questionar a utilidade de uma informação que não pode ser analisada.
Nesse sentido, Djorgovski considera tão importante quanto a coleta de dados, os processos subsequentes que vão selecionar o que for considerado relevante e lhes dar sentido.
São os trabalhos de armazenamento, mineração e interpretação de dados, etapas que também estão ficando cada vez mais a cargo das máquinas.
Além da quantidade, também a complexidade das informações está ultrapassando a capacidade humana de entendimento. "Podemos imaginar um modelo de uma, duas ou três dimensões. Mas um universo formado por 100 dimensões é impossível. Você poderá entender matematicamente a sua formação, mas jamais conseguirá imaginá-lo", desafiou o astrônomo.



Realidade virtual a serviço da ciência

Mesmo assim, ele acredita que ainda há espaço para que raciocínio humano amplie sua capacidade, contanto que receba uma ajuda externa: a da realidade virtual. "A tecnologia desenvolvida para os jogos eletrônicos poderá ajudar o pesquisadores a ter maior compreensão de seu objeto de pesquisa, ao proporcionar uma visualização que o envolve completamente", afirmou ilustrando com os exemplos do matemático e do químico, citados acima.
Para Djorgovski, um dos grandes problemas da ciência atual consiste em lidar com uma complexidade crescente de informações. Como solução, o pesquisador aposta no desenvolvimento de novos sistemas de inteligência artificial.
"As novas gerações de inteligência artificial estão evoluindo de maneira mais madura. Elas não emulam a inteligência humana, como faziam as primeiras versões. Com isso conseguem trabalhar dados mais complexos", disse.
A chave para essas soluções, segundo o astrônomo, é a ciência da computação. "Ela representa para o século 21 o que a matemática foi para as ciências dos séculos 17, 18 e 19", disse afirmando que a disciplina é ao mesmo tempo a "cola" e o "lubrificante" das ciências atuais.

domingo, 16 de maio de 2010

Nanotecnologia

Nova técnica usa luz para observar funcionamento do cérebro

Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/05/2010


Usando proteínas fluorescentes, cientistas conseguem enxergar a eletricidade fluindo ao longo dos neurônios,em um feito que deverá dar um impulso inédito no estudo da fisiologia cerebral e das atividadesneuraiassociadas com o comportamento.[Imagem: Lutcke et al./Frontiersin]

Por mais intensa que seja, não é possível enxergar diretamente a corrente elétrica que flui através de um fio metálico.
Mas agora já é possível enxergar a eletricidade fluindo ao longo das células nervosas do cérebro, em um feito que deverá dar um impulso inédito no estudo da fisiologia cerebral e das atividades neurais associadas com o comportamento.



Potenciais de ação

Um grupo de cientistas do Japão e da Suíça usou uma proteína fluorescente para acompanhar a atividade elétrica no interior dos neurônios de uma cobaia viva.
Os neurônios comunicam-se uns com os outros por meio dos chamados potenciais de ação. Durante um potencial de ação, uma diferença de potencial elétrico faz abrir canais de cálcio, causando um rápido influxo de íons de cálcio.
Esse acoplamento preciso entre o disparo do neurônio e o movimento dos íons permite que proteínas fluorescentes funcionem como indicadores dos potenciais de ação.

Proteínas camaleão

Essas proteínas especializadas têm duas subunidades fluorescentes, uma que irradia luz amarela e outra que irradia luz azul.
Quando as proteínas se ligam ao cálcio, a proporção entre a emissão de luz amarela e de luz azul varia, indica diferentes níveis de cálcio.
Essa variação de cores explica porque os cientistas chamam essas proteínas de "proteínas camaleão".
Usando uma nova variedade de proteína camaleão, chamada YC3.60, os cientistas conseguiram gravar a reação a estímulos sensoriais das células nervosas do cérebro intacto de camundongos.
Cada vez que os bigodes dos animais eram flexionados por uma corrente de ar, observava-se uma mudança nas cores da proteína camaleão nos neurônios das áreas sensoriais do córtex.

Vendo o cérebro funcionar

"A proteína camaleão YC3.60 nos permite medir os potenciais de ação não apenas de fatias de tecido cerebral in vitro, mas também em um cérebro intacto. A molécula reage rapidamente e com grande sensibilidade, e ainda detecta alterações nas concentrações de cálcio ocorrendo mesmo em sequências muito rápidas," diz o Dr. Mazahir Hasan, do Instituto Max Planck de Pesquisas Médicas.
A técnica permite o rastreamento da atividade elétrica tanto em neurônios individuais quanto em agrupamentos funcionais de células. "O que é mais vantajoso é que nós podemos medir simultaneamente a atividade de redes neurais ou de regiões inteiras do cérebro," afirma Hasan.
O próximo passo que os cientistas pretendem dar é introduzir proteínas camaleão seletivamente em camadas corticais específicas ou em diferentes tipos de células nervosas, o que permitirá compreender como as diferentes células nervosas presentes nos circuitos do cérebro geram comportamentos complexos.

Medindo sem eletrodos






































Esquema de funcionamento da nova técnica de observação do funcionamento do cérebro, que utiliza fibras ópticas para captar a luz das proteínas fluorescentes. [Imagem: Mazahir T. Hasan]As proteínas duplamente fluorescentes poderão revolucionar o estudo da atividade elétrica do cérebro, permitindo literalmente que se veja o cérebro funcionar em animais vivos - e, no futuro, eventualmente também em seres humanos.
Até hoje, a única forma que os cientistas têm para fazer isso é inserindo eletrodos nas células ou nos tecidos nervosos. Mas essa técnica, além de danificar os tecidos, não dá informações sobre os  diferentes tipos de células nervosas.
Já as alterações de cor das proteínas camaleão podem ser observadas de forma muito menos invasiva, usando fibras ópticas ou com a ajuda dos modernos microscópios de fluorescência - conhecidos como microscópios de rastreamento por laser de dois fótons.

Informação genética

Outra grande vantagem da nova técnica é que as proteínas camaleão podem ser formadas no interior das próprias células a serem observadas, bastando que uma seção correspondente de DNA seja inserida previamente no genoma.
Em dois experimentos realizados pelo grupo de cientistas, vírus foram utilizados como veículo para levar a informação genética das proteínas camaleão para as células nervosas.
Esta nova técnica, de observação do cérebro com luz, fornece uma ferramenta sem precedentes para estudar como as memórias se formam ou são perdidas.
Ou onde e como os padrões de atividades cerebrais são alterados durante o envelhecimento ou na ocorrência de doenças neurológicas, como Alzheimer, Parkinson e esquizofrenia.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A colaboração em massa mais uma vez em ação.

As redes virtuais mostraram sua potencialidade pelo bem social. Ultrapassando a capacidade de ONGs de intervenção humanitária, ajudando no caso Furacão Katrina. Bem o que me veio a mente quando li esse trecho do livro, foi de que redes virtuais também estão contribuindo na Educação, (o que não deixa de ser uma ajuda Humanitária) existem inúmeros sites onde as pessoas disponibilizam para Download. Livros, Apostilas, e até Cartilhas De alfabetização, de graça. Tempos atrás antes de essas redes virtuais existirem, eram caros os custos de certos livros, Hoje em dia é difícil um livro que não esteja disponível gratuitamente para Download. “O livro é o meio principal e insubstituível da difusão da cultura e transmissão do conhecimento, do fomento à pesquisa social e científica, da conservação do patrimônio nacional, da transformação e aperfeiçoamento social e da melhoria da qualidade de vida;”
Eu particularmente fico Muito feliz e satisfeita em ver pessoas contribuindo para melhoria da educação e da cultura através de redes virtuais.


“A colaboração em massa mais uma vez em ação”.

sábado, 10 de abril de 2010

Pixel de músculo artificial abre caminho para tela Braille













Os pesquisadores desenvolveram um conceito chamado "mecanismo de travamento hidráulico", uma espécie de pixel Braille, feito com músculos artificiais, que formará a base de uma tela Braille atualizável.[Imagem: Neil Di Spigna]
magine se a tela do seu computador lhe permitisse ver apenas uma linha de cada vez, não importando o que você estivesse fazendo, ou tentando fazer - ler um e-mail linha por linha, ou ver um site uma linha de cada vez, por exemplo.
Pois esta é a dificuldade que os usuários cegos enfrentam hoje ao tentar utilizar um computador.
Uma dificuldade que felizmente poderá ser deixada para o passado graças ao trabalho da equipe do Dr. Neil Di Spigna, da Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
O objetivo dos pesquisadores é criar uma tela Braille totalmente atualizável, que permita que os deficientes visuais tirem proveito total da Web e de qualquer outro aplicativo de computador.

Tradutores Braille
Já existem sistemas capazes de converter textos em Braille ou páginas da internet em Braille. Mas os avanços ainda não chegaram às "telas Braille".
O termo tela atualizável pode fazer pouco sentido para os usuários normais de computador, uma vez que é difícil imaginar uma tela cujas imagens não mudem. Mas mudar os pontos salientes de um texto Braille não é tão simples quanto acender e apagar um pixel.
"Hoje, os displays eletrônicos em Braille geralmente só mostram uma linha de texto de cada vez. E eles são muito caros," diz o Dr. Di Spigna. O alfabeto Braille utiliza uma série de pontos salientes para representar as letras e os números, permitindo que pessoas cegas leiam por meio do tato.

Imagens em Braille
A fim de desenvolver uma forma mais funcional e acessível, Di Spigna e seus colegas estão desenvolvendo um leitor de página inteira em Braille, facilmente atualizável.
A nova tela Braille deverá ser capaz de traduzir também as imagens em relevos táteis, mapeando os pixels de cada imagem na forma dos pontos salientes já comumente usados no alfabeto Braille.
Para isso, os pesquisadores desenvolveram um conceito chamado de "mecanismo hidráulico de travamento", que está permitindo o desenvolvimento da tela Braille.

Pixel de músculo artificial
O protótipo deverá ser construído com um polímero eletroativo - um músculo artificial - que é resistente e muito mais barato do que os sistemas mecânicos das impressoras Braille atuais.
"Esse material vai nos permitir elevar os pontos na altura correta, para que eles possam ser lidos", diz Dr. Peichun Yang, coautor da pesquisa. "Uma vez que os pontos estão levantados, um mecanismo de trava irá suportar o peso a ser aplicado pelos dedos da pessoa conforme os pontos são lidos. O material também responde rapidamente, permitindo que o leitor percorra um documento ou site da Web rapidamente."
Agora que demonstraram que o componente de travamento do mecanismo é uma tecnologia viável, o próximo passo será construir o protótipo. "Esperamos ter um protótipo totalmente funcional do mecanismo dentro de um ano," diz Di Spigna, "e que poderá servir como o bloco básico funcional para a construção de uma tela Braille atualizável.
"A leitura Braille é essencial para permitir que as pessoas cegas encontrem um emprego," complementa Yang, que é cego. "Estamos otimistas de que essa tecnologia vai proporcionar aos cegos oportunidades adicionais."

Bibliografia:
The integration of novel EAP-based Braille cells for use in a refreshable tactile display
N. Di Spigna, P. Chakraborti, D.Winick, P. Yang, T. Ghosh, P. Franzon
Proceeding of th 12th International Conference on Electroactive Polymer Actuators And Devices
March 8, 2010