Gaby Teles

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" Eu queria que você fosse um estranho de quem eu pudesse me desligar"

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Tecnologia estanque

IMPERMEABILIZAÇÃO - PINI 60 ANOS
Tecnologia estanque
Desenvolvimento de novas matérias-primas permitiu aos fabricantes ampliar a diversidade de sistemas de impermeabilização asfálticos e não-asfálticos




Por Renato Faria

Os números informados por uma fabricante de sistemas de impermeabilização mostram o nível de maturidade em que chegou esse segmento: se no início da década de 1990 eram apenas 15 ou 20 produtos disponíveis em seu catálogo, hoje chegam a mais de 150.

Uma extensa gama de produtos e sistemas de impermeabilização surgiu na década de 1970 - mantas e emulsões asfálticas, emulsões acrílicas, sistemas à base de epóxi e à base de cimento modificado com polímeros. No entanto, de acordo com Flávio de Camargo Martins, coordenador técnico de uma empresa associada ao IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização), apesar de alguns desses sistemas terem se popularizado entre os construtores, outros acabaram caindo no ostracismo. "Devido ao alto custo e pequena disponibilidade de matérias-primas no mercado nacional, [esses produtos] não emplacaram e acabaram ficando restritos a campos de aplicação específicos", explica Martins.

Porém, veio a década de 1990 e a situação mudou. No segmento de mantas, destaca-se o desenvolvimento de mantas asfálticas de alta performance, modificadas com novos tipos de polímeros, que incrementaram o desempenho e a durabilidade desses sistemas.

Introdução de novas resinas permitiu aprimorar sistemas de membranas acrílicas cimentícias
Também surgiram as mantas com revestimentos variados, como alumínio, ardósia e poliéster pintável, para uso em áreas de tráfego leve e que dispensam aplicação de revestimentos protetores. Mantas anti-raiz, que incorporam herbicidas, também são exemplos de novos produtos.


Segundo Marcos Storte, gerente de negócios de outra empresa membro do IBI, a introdução de novas resinas permitiu o desenvolvimento de mais produtos também no segmento de impermeabilização moldada "in loco". Martins concorda, ressaltando o surgimento de matérias-primas de polímeros acrílicos com maior flexibilidade e menor absorção de água.

Emil Fehr, gerente de marketing de outro fabricante associado à entidade, explica que o mercado brasileiro tem visto surgir diversos produtos de base não betuminosa com características "interessantes". No entanto, alerta, muitos produtos importados foram desenvolvidos para realidades diferentes da brasileira - como clima, sistemas construtivos, disponibilidade de certos insumos etc. - e não necessariamente são soluções que se ajustem à realidade do País. "O ideal é a utilização de produtos que já estejam previstos em uma norma técnica brasileira", afirma.

Linha do tempo

Década de 1920
> A impermeabilização dos primeiros edifícios no Brasil era feita com piche, e o asfalto era importado principalmente da Alemanha e da Suíça. A tendência de aplicação do produto se estendeu até a década de 1940.

Década de 1930
> O engenheiro Otto Baumgart traz da Europa um produto composto de sais metálicos e silicatos, aplicável a sistemas rígidos, misturados às argamassas e concretos. O material é usado até hoje.

Década de 1950
> Década de criação da Petrobras, do Conselho Nacional de Petróleo e da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão. A indústria brasileira de impermeabilização se desenvolve, lançando novos produtos no mercado. Surgem as emulsões e soluções asfálticas, além de feltros asfálticos e asfalto oxidado, todos produtos nacionais.

Década de 1960
> Cresce a penetração no mercado dos elastômeros sintéticos (neoprene e o hypalon). Começa, também nessa época, a fabricação das primeiras mantas elastoméricas butílicas. Com notável elasticidade e boa durabilidade, o produto representou um salto de qualidade da impermeabilização na construção brasileira. Resistente a grandes variações térmicas e a intempéries, as mantas butílicas são adequadas para uso em estruturas sujeitas a grandes movimentações.

Década de 1970
> A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) cria a primeira comissão de estudos de impermeabilização. As primeiras normas técnicas surgem na metade da década.
> As obras do Metrô de São Paulo impulsionam o desenvolvimento da tecnologia de impermeabilização no País. Cresce a preocupação com a análise e especificação dos materiais.
> É fundado o IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização), para difundir informações técnicas a aplicadores, fabricantes, construtores, usuários e profissionais de órgãos públicos e outras entidades.

Década de 1980
> Mercado começa a utilizar mantas de EPDM, produto elastomérico de características semelhantes às das mantas butílicas. Surgem também as mantas asfálticas com armadura de poliéster não-tecido que se aderem à base por asfalto oxidado a quente.

Décadas de 1990 e 2000
> São desenvolvidas mantas com acabamentos diversos, como alumínio, ardósia e poliéster pintável. Novas matérias-primas conferem maior resistência mecânica e química a mantas, emulsões e sistemas de impermeabilização rígida.


Conheças alguns produtos

                               Proteção dupla

Usada em superfícies onde não há margem de tolerância para infiltrações e vazamentos, essa manta combina duas camadas redundantes de impermeabilização: uma membrana termoplástica junto a uma manta geotêxtil de bentonita. A primeira, de alta resistência mecânica, funciona como uma camada de proteção passiva contra infiltrações. No entanto, caso essa primeira membrana falhe e se rompa, a manta geotêxtil entra em ação promovendo proteção ativa por meio da bentonita sódica, que, em contato com a água, expande-se e se torna impermeável.



Fitas auto-adesivas

Utilizadas na colagem de mantas de EPDM, o produto funciona como uma fita dupla face de alto desempenho. A fita reduz o tempo de execução da impermeabilização das estruturas. Pode ser aplicado a mantas aderidas à laje, mecanicamente fixadas ou flutuantes. Proporciona aumento de produtividade - o serviço pode ser feito até duas vezes mais rápido, de acordo com o fornecedor.



Membranas EPDM

As membranas de borracha EPDM são resistentes aos raios UV, ao ozônio e à degradação por calor. Mesmo submetidas a baixas temperaturas, continuam com alta flexibilidade. Podem alongar-se em mais de 400%, o que lhes confere alto poder de absorção de movimentação da estrutura impermeabilizada.



Mantas anti-raiz

A adição de herbicida à base de asfalto no processo de produção é a principal característica das mantas asfálticas anti-raiz. Isso proporciona ao produto proteção contra o ataque de raízes de plantas, que podem perfurar a manta, afetando o sistema de impermeabilização.




Aderência a frio

As mantas auto-adesivas dispensam o uso de maçarico ou emulsão asfáltica, reduzindo os riscos para os aplicadores quanto a queimaduras e exposição a gases tóxicos. Sua face superior é revestida com várias lâminas entrecruzadas de PEAD (Polietileno de Alta Densidade), que proporcionam estabilidade dimensional, resistência a rasgos, puncionamentos e impactos. A faixa adesiva fica na extremidade inferior da manta. Sua aplicação deve ser feita sobre superfície limpa e revestida com primer.

Manta para piscinas
De aparência semelhante à das demais mantas do mercado, as mantas especiais para piscinas apresentam maior resistência mecânica para suportar a carga dinâmica da água contra a estrutura. À base de asfalto, o produto é estruturado com uma camada de não-tecido em poliéster e coberto com filme de polietileno.

Cristalização capilar
Aplicado em forma de pasta, o impermeabilizante por cristalização capilar penetra na matriz do concreto. Em contato com a água, seus componentes químicos são ativados e cristalizam-se, vedando fissuras e microcanais que se formam no concreto. O processo funciona com pressão d'água positiva ou negativa. Compatível com concretos, blocos e argamassas, o produto não tóxico pode ser usado inclusive em reservatórios de água potável. Dispensa longos períodos de cura.
Manta isolante
As mantas asfálticas revestidas, na face exposta, com filme de alumínio refletem grande parte da radiação solar, proporcionando maior isolamento térmico ao ambiente, além da impermeabilização em si. Aplicável em estruturas não transitáveis, o produto também dispensa proteção mecâ

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